Mulheres empreendedoras no Brasil alcançaram o maior patamar já registrado neste Dia do Empreendedorismo Feminino, de acordo com levantamento do Sebrae. O estudo mostra que mais de 10,4 milhões de brasileiras são donas de negócios, um crescimento acumulado de cerca de 42% entre 2012 e 2024.
O avanço ocorre em um ambiente ainda marcado por desafios, mas com sinais de fortalecimento da participação feminina na economia. Dados mais recentes apontam que as empreendedoras atuam principalmente no setor de serviços, que reúne 56,8% dos negócios liderados por mulheres, seguido do comércio, com 25,1%. A diversidade também chama atenção: 50,4% dessas empreendedoras são mulheres negras e 48,2% são mulheres brancas.
A trajetória da maranhense Débora Mendonça ilustra essa ascensão. Ela assumiu a empresa da família em 2018.
“Eu costumo dizer que comecei a empreender aos 6 anos de idade, quando vendia miçangas, brigadeiros, chaveiros e tudo o que conseguisse transformar em pequenas oportunidades. Eu queria ter meu próprio dinheiro, mas também já demonstrava um instinto empreendedor muito forte”, afirma.
Débora conta que, antes de assumir a empresa, ela fez um curso de capacitação profissional.
“Foi a primeira vez que aprendi formalmente o que era empreender. A metodologia do “aprender fazendo” me ensinou a ter foco em resultados, a resolver problemas com postura empreendedora e a trabalhar com metas e organização”, detalha.
Diversas instituições oferecem programas gratuitos de educação empreendedora, financeira e de preparação para o mercado de trabalho. Entre elas a Junior Achievement, em que Débora estudou, que conta com o apoio de cerca de 207 mil voluntários.
“Acreditamos na educação empreendedora como um pilar para a transformação social. O crescimento de empresas como a da Débora acontece graças à qualidade dos produtos e à sabedoria na forma de conduzir o negócio. Nossa missão é trocar conhecimento para que histórias de sucesso como esta sejam cada vez mais comuns”, afirma Saulo Nunes, diretor-executivo da JA Maranhão.
Com os avanços recentes e a ampliação do protagonismo feminino em diferentes setores, o empreendedorismo liderado por mulheres segue em ritmo de expansão e se consolida como uma das principais forças de transformação social e econômica no país.
Instituições de apoio, inovação no ensino empreendedor e maior representatividade vêm impulsionando uma geração que, segundo especialistas, deve continuar a desempenhar papel central no crescimento econômico do país nos próximos anos. O movimento também reforça a discussão sobre políticas públicas e ambientes de negócio mais inclusivos.