O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cravou sua intenção de disputar mais um mandato presidencial em 2026, em declaração feita durante sua viagem à Ásia na madrugada desta quinta-feira (23). A declaração representa uma formalização antecipada da corrida presidencial, aproveitando-se do atual cenário político. A análise é de Clarissa Oliveira, no Live CNN.
O anúncio, feito em contexto internacional, ganha relevância por seu timing estratégico, ocorrendo em um momento de fragmentação da oposição. “A manifestação marca uma mudança significativa em relação a pronunciamentos anteriores, nos quais condicionava uma possível candidatura ao seu estado de saúde”, ressalta a analista.
Cenário político
“A movimentação acontece em meio a um período de desarticulação no campo da direita, com disputas internas sobre possíveis candidaturas”, afirma Clarissa. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em conversas recentes nos Estados Unidos, tem manifestado resistência à candidatura de outros nomes, defendendo que a disputa presidencial deve se manter dentro do núcleo familiar Bolsonaro.
O momento escolhido por Lula para o anúncio coincide com a perspectiva de conclusão de julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo adversários políticos e a reabertura de investigações que atingem lideranças da oposição.
A declaração também ocorre às vésperas de um possível encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, movimento que poderia neutralizar parte da influência internacional da oposição. “O cenário atual apresenta uma direita dividida entre diferentes lideranças, com parte do centro político se aproximando do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enquanto a família Bolsonaro busca manter seu capital político”, conclui a analista.