María Corina Machado foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz nesta sexta-feira (10), em reconhecimento à sua luta pela democracia na Venezuela. A líder opositora, que atualmente se encontra escondida devido a perseguições políticas, tem se destacado por sua atuação contra o regime de Nicolás Maduro.
Em entrevista à CNN, o pesquisador de Harvard e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Vitelio Brustolin, afirma que a premiação representa um importante reconhecimento ao risco de vida enfrentado por Machado em sua batalha por uma causa maior: a democracia em seu país.
Denúncias de irregularidades eleitorais
Segundo relatórios do Centro Carter, organização autorizada pelo próprio governo venezuelano como observadora, as atas eleitorais indicam que Maduro perdeu as eleições, tendo obtido 67% menos votos que seu oponente Gonzalez. Esta documentação foi posteriormente enviada à Organização dos Estados Americanos (OEA).
“Em agosto, a OEA emitiu um relatório criticando o governo venezuelano por se recusar a deixar o poder e por prender milhares de opositores políticos sem o devido processo legal durante as eleições do ano passado”, relembra o especialista.
Violações de direitos humanos
A situação na Venezuela tem sido objeto de preocupação internacional há anos, com a ONU publicando diversos relatórios que documentam casos de torturas e assassinatos no país. “A premiação de Machado com o Nobel da Paz coloca em evidência o regime ditatorial venezuelano e deve gerar pressão sobre países que apoiam Maduro, incluindo Rússia e China”, afirma Vitelio.