O 1° Fórum Brasileiro de Futebol Americano reuniu especialistas em comunicação e negócios da modalidade, além de executivos da NFL (National Football League) na tarde desta terça-feira (2), na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), em São Paulo.
O evento inédito discutiu diversas formas de expansão do esporte no Brasil, como a comunicação por meio das redes sociais, o crescimento do flag football e a formação de parcerias para a maior atração de negócios.
Dayyan Morandi, diretor da CBFA (Confederação Brasileira de Futebol Americano), falou sobre a criação do Fórum em um momento de aumento da popularidade do esporte no país.
“O fortalecimento da Superliga de Futebol Americano e o grande número de clubes e atletas em nosso país exigem um olhar estratégico para atrair investimentos e possibilitar o acesso a tecnologias que tornem o esporte ainda mais competitivo. O momento é de consolidar o crescimento e planejar o futuro de forma inteligente”, explicou.
Morandi, que também foi um dos organizadores do evento, destacou a inteligência artificial na gestão do esporte. “Você ter recursos humanos com alta qualificação é muito caro e a IA consegue substituir isso. Com isso, você pode criar uma estratégia de comunicação ou um plano financeiro. Um clube que está em fase de expansão precisa reforçar essas áreas e este é um caminho”.
Segundo a SPTuris, empresa da Prefeitura de São Paulo responsável por grandes eventos de turismo, o Brasil já conta com mais de 36 milhões de fãs do esporte. O país é um importante mercado global para a NFL já que conta com a segunda maior base de fãs internacionais da liga, ficando atrás apenas do México.
Em conversa com a CNN, Felipe Formiga, vice-presidente de Desenvolvimento Global do Miami Dolphins, falou sobre como quebrar barreiras de acesso para o esporte no Brasil, por meio do flag e de criadores de conteúdo.
“As barreiras de acesso ao flag football são muito menores. Vi um vídeo hoje de crianças que colocaram meias na cintura e uma bola feita de garrafas pet para jogar. Não é preciso de muito e a modalidade é importante para estourar a bolha e aproximar o público do futebol americano”, afirmou.
Formiga disse que, para estourar a bolha, também é preciso de amplificadores, como criadores de conteúdo e jornalistas esportivos, que ajudem a disseminar informações sobre o esporte e alcançar os mais diferentes públicos por diferentes canais de comunicação.
“Já temos criadores de conteúdo que são técnicos e explicam o esporte muito bem com os termos do esporte, assim como influenciadores que vão descomplicar algumas informações. Com isso, a gente começa a criar essas conexões de uma maneira simples para crescer o esporte como conteúdo e prática”, disse Formiga.
Sobre a situação atual do futebol americano no Brasil, a presidente da CFBA, Cris Kaji, afirma que o momento é de transição. “A gente saiu de um esporte 100% amador para começar a vislumbrar investimentos. Antes, a Confederação arrecadava até R$ 1 milhão por ano, para agora em 2025 chegar a R$ 5 milhões”.
Kaji também falou sobre o flag football no país, uma versão mais simples do futebol americano, que se tornou um esporte olímpico e será disputado nas Olimpíadas de Los Angeles em 2028. “Já virou a chavinha de ser um esporte 100% amador, de que ninguém conhece… nunca se falou tanto de futebol americano e flag no Brasil”.
NFL no Brasil
O evento contou com a participação de Marcelo Paiva, diretor de marketing da Effect Sports e um dos responsáveis por trazer a NFL para o Brasil há 10 anos.
O executivo detalhou o longo processo para que a liga de futebol americano realizasse uma partida oficial da temporada regular em solo brasileiro. “Na época, abrimos o Facebook da NFL Brasil, depois o Instagram e já passamos a ser o maior mercado digital do mundo da liga, atrás apenas dos EUA”.
Ele contou que, após abrir as redes sociais, um grande trabalho com inserções em veículos de imprensa e parceria com renomados jogadores de futebol, como Vinícius Júnior, possibilitaram a popularização da marca e da modalidade no Brasil.
Já com a segunda edição do São Paulo Game, Paiva ressaltou a importância do esporte e a ampliação já conquistada no país. “O esporte é um vetor de inclusão social muito poderoso em um país tão desigual como o Brasil. O futebol americano, mesmo tão recente para o brasileiro, já está em comunidades, no Norte do país, vimos na Rocinha, temos o projeto Touchdown do Bem em Belo Horizonte…”, disse ao destacar alguns projetos brasileiros.
Antony Curti, comentarista e especialista em NFL, RaeJean Stokes, representante do Consulado dos Estados Unidos no Brasil, e Afia Law, responsável pelo desenvolvimento global de flag da NFL também participaram do Fórum nesta terça-feira (2).
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